quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Por trás dessas letras também bate um coração.



            Alguém, cujo nome não me ocorre, disse há uns 2011 anos que só devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem conosco. Julgo justo que seja considerada a Regra Áurea. 



                                            Pedacinho da minha coleção, pra que tava curioso




Na tarde de hoje entrei em outra fria de quatro rodas. Outro motorista estressado (culpa do capitalismo, dá um desconto), dessa vez na volta pra casa. Alta velocidade, virada brusca, freadas capazes de ferir um queixo de aço; um pacote completo. Baixo calão? Você pensa que sabe xingar? Garanto que NADA que você disser vai me deixar mais chocado que os palavrões do profissional que nos transportava. No auge da falta de respeito, um idoso se desequilibrou e caiu. Nesse momento, ouviram do Ypiranga às margens da calçada:
-Ô, Rapaz! Você não está carregando cavalo não, viu?
Sinto informar pessoal, mas essas palavras não têm muita serventia. Tem e não tem, na verdade. Se você tiver porte físico pra tal postura, vá à luta! Mas garanto que isso esconderá o problema até que você tenha a honra de entrar novamente no ônibus do estressado. Se um não lembrar do outro, mais cansaço de alma.
Quase chegando onde quero, falarei antes de Call Center. Tem atendentes ruins sim, eu sei. E sabem o que eu acho que é um dos principais motivos disso? O mesmo motivo do piloto que carrega sem responsabilidade, e do cliente que destrata um caixa de supermercado, por exemplo. Todo mundo esqueceu o que é o SER HUMANO, cara! Não existe mais definitivamente um pouco de disposição de se anular o mínimo que garanta o bem-estar do ambiente. Pense num trem lotado, por favor. Aquelas criaturas desconhecidas se espremendo, com pernas e mãos iguais às suas são... pessoas, ora bolas (dúvidas?).
Somando essa informação pra lá de valiosa com a Regra Áurea supracitada, teremos um convívio um pouco mais sadio, creio. Mas o mais legal que é onde eu realmente queria chegar é no ponto Q da questão. Olha só, pensa comigo: Se tudo é pessoa e atitude, vale mais a pena um curto diálogo discreto com o trabalhador mau, ao invés do berro anônimo do fundo do ônibus ( inútil para mulheres, idosos e magrinhos ou gorduchos (  0/ ) . Afinal de contas que mal-presta, mal-presta algo a alguém. No nosso caso, serviço mal-prestado a nós. Eles podem estar tendo um dia ruim igualzinho ao seu, compreensível. Mas daí a nos fazer mal é outro lance. Um aviso, um contato, um pedido respeitoso para alguém que está sem cabeça pra pensar em Respeito, deveriam ser o primeiríssimo passo antes de qualquer outro. Se não der certo, lembre-se que acima desse(a),  tem outro(a) PESSOA, com nome, tempo de empresa e poderes bem maiores que os seus. Se essa PESSOA toma conhecimento de que algo não vai bem, ela chama o indivíduo, esclarece, e resolve. Uma carta à empresa então, faz milagres.
Você acha que dessa vez perdeu tempo lendo o post? Não sei. Se você já sabia que quando um motorista te deixa a pé não foi um automóvel, ou que quem desliga o telefone “na sua cara” não te reconhece como pessoa, pode ter sido ao menos um bom lembrete. Aposto nisso. Comente algo, é ótimo ver a galera interagindo. Pedido de Rodrigo Varanda para leitor. Mas por favor, vá com calma! Concorde ou discorde lembre-se antes que essas palavras, e os possíveis comentários, foram escritos por pessoas que erram, acreditam, temem, dormem, sentem. Iguais a você e eu.

2 comentários:

  1. Magnífico post, como sempre. Vc já parou pra pensar em qnts pessoas sobem em um coletivo, passam pelo motorista, passam pelo cobrador e não proferem uma simples palavra? Pois é, a grande maioria das pessoas não consegue dizer um simples "bom dia!" Você falou uma coisa mt certa, lá existe um ser humano. O q será q custa dizer "bom dia!" Eu particularmente me sinto até bem qnd o faço pois sei q sou minoria. As vezes o cara até se assusta rsrsrsrs, um negão grandão dizendo bom dia e com sorriso no rosto. Mas o normal é isso. Para que sejamos bem tratados, precisamos tratar bem à todos, mas com um detalhe: Não é tratar bem só para ser bem tratado. Ser bem tratado é consequência de ter tratado alguém bem. Embolado mas com fundamento. Um abraço meu amigo!

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  2. A discórdia é a semente da concórdia e ser humano não é sinônimo de ser moralista.

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