sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A hora do espanto - é agora?




      Assisti a um vídeo essa semana que me perturbou a ponta dos dedos, porque nele havia algo muito grave: crianças sem... imaginação! De tudo que considero estranho e assustador nos tempos modernos, a medalha de ouro vai pra gurizada que não cria muito, não vê nada além do óbvio.
      É um vídeo feito pelo elenco de certo programa de humor dominical de TV aberta e nele um papai noel oferece coisas simples, que não lembram em nada o presente que elas pediram. Ou quase isso. Certa menina havia pedido um tablet, mas ganhou uma linda caixa de isopor com tampa. Pronto, chegamos ao absurdo. Não é por nada, mas com a tampa do isopor, ela já tinha, a meu ver, um belíssimo aparelho na mão, um modelo fantástico de tablet, um que ainda nem inventaram , capaz de comunicar-se com outros planetas, seria útil pras viagens espaciais dos meninos – se é que os meninos de hoje ainda vão pro espaço; meninas podem ser executivas muito mais eficientes, usando tal tecnologia, não é isso? Estou errado? Só eu vejo que, pra uma criança, uma tampa de isopor serviria perfeitamente pra começar uma brincadeira muito divertida?  Alguém lembra da artista que contava histórias com objetos comuns num canal educativo? Bia Bedran? Ela cantava umas cantigas, tem no youtube. Lembraram? Ora, mostre ao seu pequeno. É ótimo! Até adulto se diverte. Duvidam? Experimentem.
       Sim, tenho amigos (muitos) que questionam esse tipo de programa ser 'idiota', que 'deixa a criança boba', mas criança tem que ser o quê, gente? Sensual? Furtiva? Pra sair desse preconceito tolo, basta voltar no tempo até quando você confundia palavras parecidas, ou quando você acreditava que tinha um(a) namorad(a) adulto(a). Lembra disso? Falando em namoro, é verdade que no atual momento da história, sabemos que infelizmente há muito perigo rondando os berços e camas que cuidamos, está tudo claro agora. A vantagem que se tira desse suspense, pai,mãe ( enfim, quem todos que hoje educam uma criança) é que agora todo mundo sabe um ponto sério pra ensinar aos pequenos a confiança e a obediência aos pais. "Filho(a), não quero você no colo do titio. Ele está se divertindo (bebendo, por exemplo). Vá brincar ali"; ‘Filha, você ainda é muito pequena pra usar isso!” E deixa chorar, faz bem pros olhos.
       Criança é inocente mesmo, é o lógico. Cabe ao adulto ser cauteloso, informativo, provedor e seguro. Tenho 2 sobrinhos emprestados. Um casal lindo. Aos poucos e tateando a autorização dos pais (que são os donos da palavra final), dedico algum tempo, disposição e PACIÊNCIA na interação com a dupla. Fico lembrando e tentando copiar meu pai, que mesmo estudando, trabalhando, sempre que podia, coloria revistas, assistia Bozo e Mara comigo e minha vizinha de mesma idade; e sempre se interessava muito quando estava diante de alguma coisa que eu montava com palitos de picolé. Grande homem. Esse teve paciência de sobra, e por que não ter? "Fi-lo porque qui-lo", não é isso? O resultado desse investimento de tempo, boa-vontade e amor, é que sou o tipo de pessoa que imagina com liberdade, sem reservas. Imagino imagens e depois desenho, Imagino melodias e enyão componho ao violão; imagino palavras que, ordenadas muitas vezes tocam os corações daqueles que as recebem pacificamente. Imagino que há algo bom  no caminho certo e sigo em frente. Imagino que, se estou errado, minhas desculpas podem tornar tudo muito mais suportável e aí tento consertar. Imagino surpresas pro meu amor, e aí planejo e ponho em ação. Não se pode viver sem imaginar, pergunte aos engenheiros, arquitetos, vendedores, atores, professores, inventores, produtores e a todos os ores que encontrar.  O novo me interessa e o “impossível” geralmente faz algum esforço pra me ganhar na queda de braço. Isso faz da vida uma delícia que recomendo a todos, certo pais? Entenderam o recado? Estimular a imaginação faz bem. Criança ‘boba’ tem talento e... 'jenessequá' (dá-lhe, Veríssimo!) pra se tornar adulto feliz. Assim penso eu...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sábado 14



              Minha visita ao meu próprio blog tem por objetivo dar uma aliviada da estressante volta pra casa que tive há minutos atrás. Sexta-feira, 13° dia do mês de janeiro (do ano que segundo muitos, representa o finalzinho da areia da ampulheta da humanidade [de novo]).         
Foi um dia cheio de coisa esquisita desde a hora que acordei, literalmente. Com um dia cheio pela frente, notar que esqueci de colocar meu telefone pra carregar na noite anterior, era bobagem. Mereceu no máximo um simples muchocho e pronto. Vamos pra academia!
            Lei de Murphy é soda, maluco (que sede)! Pra cada exercício que eu tentava começar, uma moça sorridente se colocava na frente do acessório/aparelho necessário: “Vai fazer? Eu ia começar agora (risinho tímido)”. Quando digo ‘uma moça’ é uma mesmo. Sinônimo de “aquela mesma”. Toda hora. A manhã toda. Mais muchochos e trocava de exercício. Depois da série completa, uma corrida. Assim pensei –trouxa. O óbvio se chama assim não é à toa: A única esteira disponível estava queimada. E no vestiário notei que não coloquei a calça jeans na mochila; aí volta em casa pra tomar banho e acaba o sabonete; e perde ônibus que não quer parar, e dentro do que parou lembra que esqueceu de pegar dinheiro pro almoço... Vida de pé-frio não é fácil!
            Já contei que no meu quarto mora um saci, ou algo espírito zombeteiro igualmente traquina? Some com tudo, o danado. Papel, comida, roupas... Hoje foi documento. Justamente o que eu tinha que resolver lá no Centro. Morri num dinheiro que na verdade já estava morto e tirei segunda via de tudo. Sucesso. Varanda 1x0 Saci. Mas meu humor já não estava dos melhores...
           A sorte que tive hoje foi falar com minha amiga de Santos e encontrar uma outra, do meu trabalho, pra almoçar comigo. Mas foi só desligar o telefone e acabar o rango (que não legal) pra começar o segundo tempo de agouro e vudu. Teve graça sair do restaurante e encontrar na bolsa uma raspadinha que comprei há alguns dias e joguei no quarto, só lembrei de tentar a sorte [logo] hoje. Tem gente que não aprende...                                       
Aí trabalhei. Não seria justo deixar de destacar a tarde excelente que tive com meus amigos do outro turno. Magnífico como sempre. Deu uma tranqüilizada até a hora de pegar meu amado 261 (Marechal Hermes – Praça XV, pra quem não conhece), uma espécie de Papa-léguas dos ônibus do subúrbio carioca. É adrenalina garantida ou adrenalina duplamente garantida. Mas hoje não. Hoje é sexta 13. Foi leeeeento, beeeeeeeeem devagar... Levei uma hora (geralmente 35 minutos NO MÁXIMO). Teve uma moça que entrou no ônibus com uma sacola de ovos e desceu com uns pintinhos escandalosos. Não vi os ovos chocando, mas associei (e seria bem lógico crer, tamanha a lentidão do motorista).
 Na viagem eu pensava eu pensava que já era tempo de voltar a redigir no blog, que eu tinha que contar esse dia pra vocês. Assim, fiz: Corri pra casa, entrei, não jantei (porque o almoço não caiu legal) e comecei a preparar esse post. No meio do texto uma queda de luz, o trabalho não salvo e começa tudo outra vez. Como dizem uns amigos, “acho chique” ter um dia com toda a atenção do Sr. Azar voltada pra gente. O lado bom é que te leva de volta pro Blog, pelo menos numa visita rápida até que acabe uma certa Lua de mel, que por enquanto ( espero que por muito tempo) continua a todo o vapor ( ao contrário do meu chuveiro).
           

sábado, 24 de setembro de 2011

Só 10 anos? A parada é mais antiga...


          


      Ainda tem quem se assuste, mas não é o meu caso. Não que eu seja frio ou indiferente ao ocorrido, que foi triste, mas eu realmente já esperava. Pra quem não viu nos jornais, um resumo com cara de manchete de jornal de R$ 0,25 (que atualmente custa R$0,50):

               Garoto de 10 anos atira na professora e depois comete suicídio.


      Antes que comece a ficar tenso, informo logo: totalmente fora de questão nesse post falar mal desse pai, que já sofre e muito. Esse caso, na realidade, me fez lembrar algo que me preocupa em muito dos pais que conheço, de idades diferentes. Uma coisa chamada ausência.
      Não sou pró-ditadura no lar; odeio “Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”( frase que não educa, apenas instiga a curiosidade por ‘aquela coisa boa que ele pode fazer na frente de todo mundo, mas eu não’), mas enxergo com certa clareza a limitação das crianças, que chegam ao mundo com a cabeça vazia de informações, incapazes discernir (como nós adultos fazemos, com os valores que prezamos como massa), o que é real e certo, o que é fantasioso e até mesmo o que é prejudicial. E se essa limitação existe, creio piamente que caberia aos pais superivisionar e orientar a gurizada, no conteúdo que entrará nas cacholinhas da prole através das telas, telinhas, telonas, pois tão influente quanto o EXEMPLO que os pais devem dar sobre o que ensinam, é a programação televisiva. Pra turma que ‘sempre se divertiu com jogos de tiro, mas nunca atirou em ninguém’ convido pra um passeio na minha máquina do tempo. É grátis. Apertem os cintos e venham.
      Ninguém nasceu adulto, lógico (embora eu conheça algumas pessoas que realmente não me permitem imaginá-las como crianças no passado, mas deixa isso pra lá, né não?) Mas e você: O que você queria ser quando crescesse? Você brincava de quê? Eu tinha uns 6,7 anos e queria muito ser dublador de desenhos animados e por isso ‘ai’ das fitas cassetes que estivessem dando mole pela casa. Quando eu precisava, era “REC” em todas. Gravei “programas de rádio” com minha voz até cismar que era cantor... e dá-lhe paródia. Enjoava do rádio e desenhava, criei uns personagens (com total influência do mestre Maurício de Souza) que ainda sei desenhar até hoje, fazia gibis deles. Isso desde o Jardim II, pergunte aos meus pais só! Aí enjoava do papel, Superamigos na Manchete. Cheguei onde queria.
      Quando saía do ‘voando’ banho com minha “capa” no pescoço, era da minha vó que vinha a bronca pra eu parar de brincar de Zorro. Isso porque na geração anterior, os garotos brincavam disso e as mães temiam que eles pulassem de grandes alturas com a certeza que se dariam tão bem quando o justiceiro mascarado. Com o passar do tempo vieram outros heróis de capa que, de fato, nunca se estabacam no chão (ao contrário de algumas crianças que tentaram imitá-los). Sim, as crianças às vezes imitam seus heróis. Surpreso? Lembre-se de você! Você imitava alguém, ora essa! O único problema hoje em dia é que, se por um lado esse herói é representado por um pai/mãe que trabalha com seriedade e vence a luta diária, existe também o Zorro e o Super-homem dos tempos modernos. Refiro-me a personagens com verossimilhança tão bem trabalhada que até pros grandinhos, fica difícil apartá-los da realidade. Eles estão nos games, desenhos e brinquedos gratuitamente violentos que, na verdade nem acrescentam nada àquela cabecinha que ainda com uma mente muito receptiva ao aprendizado com muita qualidade, livre de problemas.


Não que eu seja um expert. Aliás, sou mero espectador do mundo que me rodeia e ainda nem tive a honra de pegar nos braços o neném que receberá meu sobrenome, mas desde já me coloco firme: Prefiro meu filho brincando de LEGO e jogando jogos educativos ou que simplesmente estimulem a leitura e/ou o pensar da criança, do que comendo os plásticos que querem me fazer comprar em cada dia doze de outubro (nada contra Nossa Sra. De Aparecida, prometo). Afinal esses brinquedos são mais baratos que um jogo de videogame de última geração, não gastam luz, dá pra todo mundo brincar junto (família, saca?)... Penso que se é pra ceder e presentear com um brinquedo moderno, porque as crianças gostam mesmo, que pelo menos não seja a prioridade, que não se faça do PC ou da TV uma babá, porque os resultados desta criação pode não ser o esperado. Pode ser o inesperado. O resultado pode ser virar uma triste matéria de jornal de R$0,25 que agora custa R$0,50.
      Preciso repetir o que falei no início, é mais forte que eu: NÃO ESTOU FALANDO DESSE PAI QUE ESTÁ SOFRENDO. Estou falando aos pais que não querem sofrer, e por isso não trocam sua presença física e psicológica por presentes sofisticados. Dos pais que ao invés de se aproveitarem de sua vantagem física pra FERIR seus filhos pequenos, usam as palavras pra orientar. Essa dica me ocorreu junto com a lembrança que um dia os papéis se invertem. Os fortes de agora serão os indefesos e os indefesos estarão adultos. Se os pais trabalham agora em ensinar valores de dignidade, trabalho e amor,colherão os frutos. Os que deixam nas mãos das babás elétricas, podem colher o tal fruto inesperado. Nesse último caso, só me resta desejar boa sorte, se não mudarem a postura. É fácil falar, claro! Eu sei disso, concordo e espero que você já tenha feito isso... Falar, conversar... com seu filhote! E já! Tá lendo o Post ainda?! Vai lá brincar, vai?!


domingo, 7 de agosto de 2011

Tentando


    Eis um curto desabafo! E já que é tudo verdade, acho justo fazer uso das palavras dos meus "mestres" ou pseudo-mestres à distância.
1. Eu só sei que amei, que amei, que, amei, que amei...

    Por esse motivo minha consciência não me acusa de não ter tentado de todas as formas. Lutei. Coloquei tudo que conheço de mim na mesa de aposta por esse amor e perdi tudo. Perdi a saúde física, mental, espiritual, social, lógica... Perdi porque me vendi nos meus valores, esqueci de meus amigos, saúde, educação, dinheiro. Mas nem tudo é só perda, claro. Onde estaria a graça de estar vivo?
    No mesmo jogo eu virei a mesa e ganhei! Afinal perdi alguns medos tolos. Principalmente o medo de demonstrar que amo e do que vão pensar de mim por causa disso. Que delícia é amar, galera... Amei muito e amaria anda mais um pouco se não tivesse terminado. Não que eu não tenha tentado. Todo mundo sabe, todos viram, mas não deu. Eu fiz tudo, mas tudo não servia... Deu certo sim, mas já acabou.
Estou um pouco arrasado ainda, mas eu me conheço. Eu sou um dos bons. Enquanto não enlouqueço de vez, vou me reconstruindo.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Seis anos ( Declare guerra)




Desde quando percebi que estava contando, passaram-se 6 anos. Da mesma forma que acho passou rápido, não posso desprezar esse ∆t como se fosse irrelevante, afinal aconteceu tanta coisa... Em menos tempo que esse, uma empresa ‘desiste’ de um cliente que não pagou sua dívida, retirando o nome do indivíduo da restrição dos cadastros criados para tal fim. Uma pessoa que tivesse aplicado numa capitalização básica, em 6 anos já teria resgatado e, se não teve juízo, nem acreditaria que já gastou o tanto que investiu aos pouquinhos por tanto tempo. Mudou o presidente (a) – sei lá como é o certo! E lógico, eu também mudei bastante.
            Lembro que num dos últimos e-mails que enviei, mostrei um poema ainda sem rima nem ritmo (o que me atrapalha na hora de fazer dele uma canção). Mas tenho crédito, pois as dezenas de músicas que fiz enquanto aguardava, são levadas à sério pelos meus amigos a quem mostro. São muitas idades, credos, etnias, classes sociais, hetero-sexos, homo-sexos, multi-sexos, enfim. Fico muito feliz quando noto respeito pelas canções que foram feitas com tanto amor durante a espera que acabou no mês passado. Seis anos depois do furacão que destruiu aquela cidadezinha que carrego no peito (hoje uma temível cidade-fantasma onde ainda se lê na entrada “Coração”), uma ligação com voz familiar parecia disposta a saber se sobrevivi. Assim imaginei... Tolinho.
Foi um tal de “saudade” pra lá e pra cá, e recordações íntimas e ótimas, até começarem as decepções recíprocas. Eu (agora mais político, objetivo e mais certo do que mereço na minha vida), não achei que o amadurecimento de idéias está compatível. Pelo contrário, identifiquei claramente nas entrelinhas das propostas, a intenção abominável (pra mim) de virar um belíssimo estepe, um plano B, um segredo guardado por conveniência unilateral. Ouvi algo como ‘ninguém vai se incomodar, nem minha família nem a sua!’. Que altruísmo, estou admirado! Afinal eu sempre me preocupei muito em não decepcionar minha fam... Peraí! Uma ova! Se bem me lembro, sempre estive preocupado em ser feliz! Não necessariamente na base do custe o que custar, mas também não tão ingênuo a ponto de trocar minha felicidade pela dos outros, faça-me o favor! Essa pra mim foi brincadeira, só pode. Eu hein! Nem pensar. Outra vez, nem pensar! Dessa vez foi demais. Dá um tempo.
Será que foi coincidência, este desapontamento seguido de uma série de “sincerocídios” (como disse meu amigo @Will_destilado certa vez)? Vejam se não faz sentido: Eu disse ‘não’ bem convicto para alguém que amei muito (só quando ficou definitivamente claro que nunca serei tratado nessa relação com respeito igual ao que forneço), e logo depois saí fechando as portas pra emoções que têm algum parentesco com esse caso. Obedeci um conselho do Cazuza que diz: “Declarei guerra’ a quem finge te amar”, pra quem só verbaliza repetitivamente “te amo” com a mesma sinceridade de um papagaio de brinquedo; que passa na voz um calor equivalente ao do Google talk. Um sentimento jurado que não aparece nas mínimas coisas, ah... na moral? CHEGA! Primeiro a decisão pessoal de cada um (o que você quer afinal?) e depois disso o casamento entre os decididos pares flui e vida que segue.
Juntem-se de um lado as pessoas que magoam de propósito, as que iludem, trapaceiam, fingem, as que desprezam justamente quem os coloca em primeiro lugar de seu mundo... Beleza. Do outro lado as que esperam a mínima sinceridade, para serem deixadas livres pra tentar mais uma vez, sem se apegar aos membros cruéis do primeiro grupo, pois é em vão. Já disse, vida que segue.
Que horas tem? Hora de acordar, já??? Ah... Tava tão bom sonhar que é fácil resolver essas coisas! Que o Romântico do mineiro Vander Li ruma pra um final feliz urgente, depois de tanto sofrimento na mão dessas pessoas malvadas, kkk. Tá certo então (rs), eu levanto da cama. Só preciso lembrar de não me assustar, porque algo me diz que meu despertador vai tocar... daqui a seis anos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A pergunta não cala




            Quando tinha uns 17 anos, desisti de tocar teclado (instrumento que despertou meu interesse pela música) porque era relativamente caro, principalmente pra quem ainda não tinha seu próprio dinheiro. Desistência? Na verdade uma troca. Minha amiga Raquel emprestou seu violão, na época e foi muito interessante. Apesar de canhoto, na primeira noite eu já aprendi a tocar uma canção de uma das bandas de rock mais importantes da cena nacional.

  • É de Brasília.
  • Tinha um poeta fã de Clarice Lispector como letrista e vocalista.
  • As músicas dessa banda fazem sucesso em rodas de violão.
  • O nome da banda começa com L.

A música “Que país é este?”, hit político dos anos 80, serviu como porta de entrada pro mundo da música e das mensagens musicadas também. Afinal, além da simpática melodia muito simples, de notável semelhança com “I don’t care” dos Ramones, não tem como passar despercebido o trecho:

“Terceiro mundo, se for.
Piada no exterior.”

            Até hoje me encanta o verso e me enoja o sistema. Pensei na época algo como: “Isso faz muito sentido, ele tinha razão!”. Infelizmente o Renato foi embora faz um tempo e não é que a coisa está no mesmo pé? Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro do Pré-Sal. Que país é este?
            Profissionais responsáveis pela nossa segurança, o Corpo de Bombeiros Militar do estado do Rio de Janeiro vêm travando há dias uma luta épica. Iniciaram (sozinhos) uma mobilização em que exigem condições de trabalho e salário digno, proporcional ao heroísmo que nos oferecem todos os dias, a cada momento desagradável (ninguém chama os bombeiros quando a fumaça é cheirosa e oriunda de um churrasco suculento). Como paga ao movimento, tivemos entre os manifestantes praticamente meio milhar de presos. Presos como VÂNDALOS, segundo as autoridades locais, porque invadiram o QC da instituição. Um erro não justifica o outro, dizem. Pra mim depende. Nesse caso, por exemplo, a coisa só atingiu tamanha gravidade porque como de costume, há alguns séculos, a massa pede, rasteja, implora melhorias na educação, saúde e segurança, sempre na base do amor. E “eles” sempre fingindo que não ouvem. Você pergunta ‘Professores’ e eles respondem ‘Copa do Mundo’. Reclama ‘falta de remédios’ e ganha ‘Olimpíadas’.  Sempre oferecendo escambo pros meus colegas de tribo. E infelizmente há quem aceite. Só me resta no meio de tamanho auê, querer saber: Os verdadeiros vândalos e os criminosos conhecidos de longa data estão presos? Não, sério. Pense pra responder. Mano, Que país é este?
            Há um clamor público: “Pobres de nós nessa hora. Ao invés de paralisar, os bombeiros deveriam voltar a trabalhar e aceitar seus salários de fome, salvando vidas! É pra isso que são [mal] pagos! É a população quem pena com tal conduta”! Acorda, tribo! Como se antes da manifestação estivesse uma beleza. Tendo BBB, Brasileirão e Sexo na TV, fica tudo numa boa?! Talvez até estivesse numa boa, se todos nós pudéssemos curtir a mesma coisa com nossos salários. Mas essa não é a realidade. A população não paga por causa de nossos heróis, que atendem nossos pedidos de socorro ( às vezes falsos [trotes] ou absolutamente desnecessários, como um gato no Shopping Center) e defenderão sempre que for preciso. Pagamos por causa de você-sabe-quem que se faz de surdo diante de nossos pedidos de socorro. Que país é este?
            Podemos ser úteis de novo como povo, como foi na época que escreveram canções como a primeira que aprendi. Somos tão jovens, temos todo o tempo do mundo. Há informação a nosso dispor e internet na palma da mão. Um simples abaixo assinado virtual ou físico é EXTREMAMENTE útil e funcional pra quem já acha que já deu de ser zoado. Longe demais de um partido político, só falo como pessoa física que paga impostos ( altíssimos) a cada compra de produtos originais e que não enxerga o retorno. Passagem cara, comida cara, tudo caro e quando mais preciso de Saúde, Segurança ou Educação, sempre falta uma coisinha... Sorte que temos profissionais MILAGREIROS e que ainda amam suas profissões. Não sei você, mas eu não agüento mais! O brado está mais forte agora. Começou pelos bombeiros, professores e ganha força. Nós merecemos o melhor, poxa. Somos bons, o planeta nos admira. Eu quero ser bem tratado. Afinal de contas, que país é este?   
           

segunda-feira, 28 de março de 2011

Você precisa DESTE celular?


            A vida sempre traz grandes lições, não é mesmo? Semana passada, por exemplo, aprendi uma nova. Tão especial que nem sei descrever. Pra quem ainda não sabe estou num novo emprego e nesse local ainda me sinto um pouco desconfortável, pela falta daquelas pessoas que mudaram TOTALMENTE o curso de minha vida de 2008 em diante. Senti falta do calor humano que sempre oferecíamos aos novos, enfim.
            Mas o amargo dessa realidade bateu-me à porta de forma culminante na quinta feira 26/05/2011 às 14:00 em ponto, hora de largar do serviço. Ao guardar meus objetos pessoais senti falta de meu celular tosco. Uma porcaria chinesa que comprei bem barato nas Americanas do Passeio. Barato mesmo, nem parcelei (e olhem que sou bem pão-duro)! Procurei na mochila, embaixo da mesa, até lembrar que excepcionalmente naquele dia no refeitório, tinha uma moça de ótimo gosto ouvindo aquela música boa* que já citei em um post bem-humorado do ano passado (‘Fone de celular – Questão de equilíbrio’, confira aqui do lado, no “Arquivo do Blog”). Incomodado, coloquei o meu no colo pra ouvir qualquer coisa que não fosse aquela porcaria, até que ela acabasse de comer. Quando saiu, ali mesmo no meu colo desliguei a fm e terminei minha refeição. Ali mesmo no banco esqueci meu celular.
            O fim do celular é óbvio. A exceção seria o que você usaria pra dizer que estou errado. Ele “sumiu”. Ali, no meio de um monte de outros empregados assalariados. Aproveito essa ocasião pra declarar minha total intolerância ao furto/roubo, uma vez que TODOS no mundo de hoje têm o direito ao trabalho, mesmo os de limitação física ou intelectual especialmente limitada e devidamente diagnosticada. Então quando vejo feirinhas ao ar livre e nela a venda de objetos nitidamente furtados, em especial telefones, que tem por finalidade COMUNICAR-SE (pode haver um assunto sério naquela vida), fico muito irritado. Não é de hoje. Lembro de passar em certo local ‘carente’ e ser abordado por um “vendedor”, que pedia apenas R$50,00 por um celular todo arranhado. Na boa? Não preciso ser tão esperto. Não mereço por as mãos em nada amaldiçoado. Meu celular, por exemplo, nesse momento, está com uma terrível maldição sobre ele. Não por eu ter lançado praga, mas por algo que considero fato:

TUDO AQUILO EM QUE UM LADRÃO BOTA SUAS PATAS PODRES, AMALDIÇOADO ESTÁ.

Seja um copo d’água, a mamadeira do neném, o remédio da mãe, suas próprias mãos quando se lavam...  Entenda-se por ladrão qualquer sinônimo que se enquadre nesse contexto (o esperto que acha e em seguida desliga o telefone merece essa medalha, creio).
            Essa não foi a primeira vez que “dei mole”. Já tive a sorte de ser furtado dentro de casa por um colega de infância que, permiti dividir o espaço por alguns meses. Dar mole é engraçado né? Você tem que sempre partir do princípio que será roubado. Pelo amigo de infância que mora, tem emprego e ganha mais que você; pela colega de trabalho que está na empresa há mais tempo que você, bate metas e é destaque ( mais dinheiro); pela pessoa que finge interesse afetivo na gente, mas visando os bens materiais... É mesmo uma pena, mas algo me diz que ainda vou cair nessa outra vez. Afinal, eu aprendi uma lição, mas não sei qual. E enquanto não clarifica, tenho que viver minha vida com a cabeça mais tranqüila possível, sem me preocupar com os demônios que habitam entre os santos.
            Queria estender mais minhas condenações, mas estou de saída. Preciso comprar um celular MUITO MELHOR do que aquele que me foi tomado. Trabalho muito e mereço esse presente. O que eu não quero apenas é esse tipo de produto.