Fotografia de Antônio Diemes
Parabéns, leitor, você merece. Comecei a pensar assim hoje à tarde (ou ontem pra turma do “meia-noite já é outro dia”), diante de um relógio-termômetro daqueles. Marcando 40°C às 14:50, juro que a primeira coisa que me veio à cabeça foi “Ainda bem que já passamos das 14:00, o Sol já está mais fraco. Eu sobrevivi!” Detalhe: Eu estava na rua desde umas 13:30... Fui comprar umas coisas e acabei decidindo curtir uma praia noturna, de modo que seria ideal pegar minha viola emprestada antes de voltar pra casa e tomar [outro] banho pra sair de novo. Marquei com meu amigo, que levou prontamente o instrumento, e voltei pra casa.
Já com o bronzeado garantido pelo simples fato de ter ido à feira, me preparava pra curtir meu “novo” hobby antigo mais uma vez. Antes de sair pra nadar um pouco, lembrei: A hidratação antes é fundamental, mesmo à tarde, oras! E na geladeira busquei um bocado de água fresca pra levar. Não tinha. Todas a garrafas estavam quentes. Não por maldade de alguém da casa, mas porque 4 garrafas não estão mesmo dando vazão nessa maravilhosa e incomparável onda de ataques térmicos de certa estrela gigante que ilumina o dia do planeta Terra, o Astro Rei, o Sol.
Pelo que parece nosso amigo está fazendo hora-extra. Acho que ele descobriu algum botão pra liberar calor mesmo quando está gratinando o outro lado do globo, só pode. Minha base pra crer nisso é o calor nosso de cada noite. As temperaturas continuam muito altas mesmo muito depois do crepúsculo – sem piada de vampiro, ok? Falando em pôr-do-Sol, notei hoje que até os aplausos estão menos vigorosos no Arpoador. Na verdade, o que ouvi um dia desses foi um “Ufa!” coletivo. Um coro. Uníssono. Considero compreensível, pois está simplesmente insuportável! Entrei no mar já na quase-noite e um rapaz brincou comigo: “-Quentinha a água, né?” Se eu respondesse o que pensei no ato, eu seria um grosso, mas foi algo do tipo “O quê NÃO está quente nessa cidade, meu rapaz?! Entra logo nesse caldo de sopa pelando, antes que evapore...” Mas não disse. Apenas sorri e curti meu banho de águas salgadas e termais.
Depois de um fim de tarde delicioso onde, costumeiramente encontrei pessoas boníssimas, a saber, senhor William e seus sempre ótimos amigos, chegou a hora de chegar em casa pra curtir meu banho quente. Não por opção, mas é que mesmo morando num prédio com centenas de moradores, nosso vingativo carrasco de fogo parece ter pensado em tudo e colocou nossa caixa d’água por uns 17:00 no microondas. Mesmo de madrugada NUM PRÉDIO COM CENTENAS DE MORADORES, o chuveiro desligado a água sai... quente.
Vou apelar pra fé, que a fé não costuma faiar* .Ora, se há um santo responsável pelos dias chuvosos, certamente tem um responsável pelos ensolarados. Filosófico, mas pra mim faz sentido. Alguém sabe o nome real do canonizado que por ora chamarei de São Quem das causas bronzeadoras? Eu quero mesmo reclamar! Ah, antes que venham os julgamentos de nunca estarmos satisfeitos blábláblá, informo: Eu não sou o tipo que reclama dos dias de chuva e depois dos dias de céu aberto. Minha opção sempre foi céu aberto. Mas até eu tô achando o Sol muito nervosinho com os brasileiros... Será que esqueceu de toda a homenagem feita pelos ancestrais indígenas, senhor Guaracy**? Olha a ingratidão, hein?! Só não me prolongo nessa bronca porque estou com calor nesse momento, transpirando demais... Vou beber alguma coisa refrescante, chupar gelo, se tiver... e que venha mais um banho... quente.
*Citação em itálico: Andar com fé, Gilberto Gil.
** Guaracy é o nome indígena do Deus Sol aqui na terra do escambo, Brasil.
** Guaracy é o nome indígena do Deus Sol aqui na terra do escambo, Brasil.
As cidades sabem que as explosões
ResponderExcluirPodem destruir as casas
Soterrar os sentimentos
E nossas canções.
Mas as cidades também sabem
Que um coração
Um coração teimoso
Reconstruirá escombros
E nossas paixões
E que há de florescer outra realidade
A plantar-se entre os amantes
E sobreviventes.
Letra de Vital Lima
hahahahhhaaaa... Muitoooooooo Bommmm.. !!!
ResponderExcluircomoo Sempreee criativoo !!!
sabendoo expressar da melhor forma possivel.
esse tal *Caos calorsóficoo !!! shausahushau !!!
forteee abraçooo rooo. !!! parabens e continue assim... sucessos !!!
ô meu queridooo....acho q agora comentaria aquilo sim...você escreve bem...como gostaria de dizer tudo que penso que nem tu...e quando quero "uso" vc para roubar-lhe uma opinião...que sempre é boa...te gosto na medida do possível...como eu sou...e não ache que é apenas para isso..."roubar..." mas sabe que me ajuda...em relação ao post...o que posso dizer?? Estou trabalhando na madruga: sem sol, sem carros e.....sem vento...mas melhor que 40 graus...right??Vlwww abraços...
ResponderExcluirPois é, caro Timbinha, nesse meu tempo aqui no Rio, estou passando por situação semelhante. Em Manaus o clima é um pouco pior mas lá, aparelhos de ar condicionado são obrigatórios e ajudam a amenizar o clima. Já no Rio, como são considerados "FRESCURA" e "OBJETO DE GENTE RICA", a sua ausência é bem percebida e reclamada, hehehe. Todo dia estou trocando de camiseta por eu acordar com a mesma extremamente suada. A água também, é um problema, aqui em casa tem 3 dias que a gente liga pra comprar água e nenhum FILHO DA PUTA traz, eu acho que eles não acreditam que a gente vai pagar, hehhee. E terça to voltando para a rotina estressante da terra dos barés.
ResponderExcluirCara, se fizer um abaixo-assinado, para levar aquele tal encarregado (São Quem das causas bronzeadoras)... conte com minha assinatura. Eu sempre soube que a partir das 18:00 a gente diz: Boa Noite. Esses últimos dias quebraram meu conceito de noite e dia. Ontem o Sol só saiu de dentro do meu quarto (onde ele mora agota) às 20:00. Compreendo essa "revolta", porque eu também gosto de "dias de Sol", mas não exagera. Me amarrei no texto... como sempre escrevendo muito bem! Parabéns ! Rs
ResponderExcluirMuito Bom!
ResponderExcluirSeu estilo me faz lembrar as crônicas publicadas contemporaneamente. Com uma única diferença: a forma pela qual você esgota os recursos estéticos da língua SUPERA àquela adotada usualmente. Em outras palavras, você consegue ser MELHOR do que muita gente que sai da novela, quer escrever também, e encontra no jornal impresso uma forma de canalizar o 'talento escondido'. Em relação aos regursos, pode-se dizer que o neologismo foi empregado de forma bem criativa, dando ainda mais humor ao texto. Já o coloquialismo frequnetemente aproxima o leitor ao texto, do ponto de vista do nível de linguagem, tornando a leitura ainda mais leve. Finalmente, a intertextualidade adotada foi uma surpresa bem agradável para quem lê. Tudo isso contribui para um diálogo entre o escritor e o leitor, reforçado pelas perguntas feitas ao longo do texto. O tema em pauta está em voga. Portanto, pode-se afirmar que você teve a inteligência de abordar uma questão grave com humor. Coisa típica da cultura brasileira. Fica aqui, virtualmente registrada, a análise textual de um professor bilíngüe. Continue assim. O mestre aqui fica grato pela contribuição virtualmente artística feita a nossa língua. Parabéns!
Com tudo isso eu só tenho uma coisa a dizer: Porque eu não nasci no Canadá??? Pelo pelos agora estaria morrendo de frio porém limpo! rsrsrs
ResponderExcluirSempre perfect!
ResponderExcluirAMUUUU.....saudades!
Rôooo......
B...A....! rs
CONSEGUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.......
ResponderExcluiryUPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Antes de qualquer coisa, digo que as quatro estações do ano são bênçãos divinas, ou equilíbrio natural, seja lá qual for a (des)crença de quem ler este comentário. O calor, o frio, as chuvas... mas esse calor infernal que temos hoje, essas chuvas torrenciais que destróem topografias são maldições humanas. Gente que insiste em jogar lixo no meio da rua, que não tem um pingo de educação ambiental, que instala três aparelhos de ar condicionado em casa. Bem, EU tenho gabarito para reclamar disso tudo, mas a maioria das pessoas têm de agradecer pela desgraça: uma semente plantada - hora de colher os frutos.
ResponderExcluirRodrigão, como sempre, mandando muitíssimo bem!
Parabéns, garoto!!!
ah meu caro amigo bronzeado,acho que seu desabafo é a voz da maioria das pessoas que moram neste país tropical e mais especificamente no Rio 40°c. Então continue sobrevivendo até a proxima estação mais fresca.....bjsss não desista que logo virá uma brisa fresca.
ResponderExcluirO seu texto fez-me lembrar da música "Súplica Cearense", interpretada pelo Rappa. O sujeito que pede a Deus p'ra chuver sem parar, e em sendo atendido, reclama: "Oh! Deus, será que o senhor se zangou, e é só por isso que o sol se arretirou, fazendo cair toda chuva que há." É certo, meu caro! Chuva de mais, sol de menos; sol de mais, banho de mais... Vamos tentar achar algo positivo no muito sol com muito calor...
ResponderExcluirDepois de quase uma semana, eis que chegou a vez do comentário, rs.
ResponderExcluirDefinitivamente o Deus Sol resolveu nos castigar frenéticamente, mas confesso que amo o Rio ensolarado desse jeito. Só carioca pra amar tanto essa época do ano que eu decidido afirmo, amo loucamente o verão! Exageradoooo eu sei!
Rapaz, que final de tarde maravilhoso em sua cia, aliás das boníssimas cias amigas que presenteadas com sua voz contaram em coro... Amei demais!
Nossa tarde rendeu mais uma lembrança maravilhosa de "um verão em 2011". Que esse encontro se repita por muitas vezes, fique ciente que eu vou adorar.
P.S.: O pessoal está animado pro Lual hein. Abração. :)
São Quem das causas bronzeadoras), só vc, se eu fosse mesmo filha daquele Roberto Marinho, vc estaria lá, mas não reclamo acho que vc ainda vai preferir o meu, eu prefiro... adoro o que escreve, o seu estilo... adoro vc garoto...
ResponderExcluirMuito bom ;)
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